Senhoras e senhores: está inaugurada a seção "Filmes que todo músico deveria ver" com toda a pompa e circunstância dignas desse maravilhoso filme:
Por que sempre tem que ter um subtítulo ridículo em português?
Sinopse oficial (fonte: site Adoro Cinema):
"Florence Foster Jenkins (Meryl Streep) é uma rica herdeira que persegue obsessivamente uma carreira de cantora de ópera. Aos seus ouvidos, sua voz é linda, mas para todos os outros é absurdamente horrível. O ator St. Clair Bayfield (Hugh Grant), seu companheiro, tenta protegê-la de todas as formas da dura verdade, mas um concerto público coloca toda a farsa em risco."
Por que todo músico deve ver esse filme:
Este filme é, na verdade, uma grande declaração de amor à música. Muito mais do que a história de uma mulher desafinada e iludida por seus pares, é a saga de alguém cuja razão de viver é respirar música, seja financiando associações ou estudando canto com toda a dedicação e perseguindo seu sonho com todo o coração.
As primeiras cenas de Florence cantando já são cômicas para qualquer público, mas, para quem conhece técnica vocal, são simplesmente hilárias - especialmente por conta das caras do pianista interpretado por Simon Helberg. As notas desafinadas chegam a doer no ouvido. Por outro lado, quanto mais o roteiro revela traços da história e da personalidade de Florence, mais a frase célebre de Beethoven (citada no filme, inclusive) vai fazendo sentido: "Tocar uma nota errada é irrelevante. Tocar uma nota sem paixão é imperdoável". Na verdade, podemos dizer que o filme é todo norteado por essa máxima e prova o quanto ela é atual e verdadeira.
Dizer que Meryl Streep está perfeita é pleonasmo. Hugh Grant também está ótimo como o ator frustrado St. Clair Bayfield, companheiro de Florence e um personagem que tem todos os conflitos do mundo. Simon Helberg é o pianista contratado Cosmé McMoon, que vai da incredulidade ao afeto no convívio com Florence. E Nina Arianda, como Agnes (uma periguete das antigas, digamos assim) rouba todas as cenas em que aparece - especialmente a que arrasa na pista de dança.
"Florence" é uma história que lembra a todos os músicos o quanto somos privilegiados e o quanto o palco se torna muito mais incrível quando subimos nele com paixão verdadeira - e não simplesmente para ganhar os trocados nossos de cada noite. Também nos faz lembrar que "amador" não significa "aquele que não é profissional" e, sim, "aquele que ama o que faz".
Não nos esqueçamos nunca da paixão. E viva a música!
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