Por que dar uma consumação decente para o músico?
Excelente pergunta, meu jovem!
Porque o tempo que despendemos
para uma apresentação não é só o tempo de duração do show. Entre o traslado,
montagem e desmontagem de equipamentos e passagem de som, podemos acrescentar,
chutando o mais baixo possível, mais duas horas de trabalho. Ou seja, para um
show de três entradas de uma hora (via de regra, o padrão da noite de São
Paulo), há, no mínimo (mínimo MESMO), cinco horas de trabalho apenas para
aquela apresentação. Uma consumação razoável não é pedir demais.
E o que
é uma consumação razoável?
Outra excelente pergunta, meu jovem!
É um valor que esteja de acordo
com os preços do cardápio. Ou seja, em algumas casas, R$ 50,00 para uma dupla é
uma excelente consumação. Em outras, R$ 50,00 não dá pra um lanche e um
refrigerante cada.
Já trabalhei em uma grande rede de
hotéis de São Paulo e presenciei muitas vezes a comida do buffet self-service
sendo jogada no lixo – mas o hotel não fornecia nenhuma refeição aos
profissionais terceirizados (faxineiros, manobristas, músicos, etc.). Entre o
traslado para o hotel (que incluía o trânsito da Marginal Pinheiros) até a
desmontagem dos equipamentos eram 6 horas dedicadas àquela apresentação e o
hotel oferecia apenas água e café.
Um prato ou um lanche bacana para
o músico custam bem menos do que o valor estipulado no menu. Vale lembrar que,
obviamente, o preço do cardápio é superior ao custo da refeição, pois inclui o
lucro do estabelecimento. Há lugares em que uma consumação dos mesmos R$ 50,00
em itens do cardápio não custa nem vinte mangos para a casa. Além disso, tenham
certeza de que o músico ajuda a divulgar uma boa comida e uma boa bebida:
sempre recomendamos aos amigos o que comemos de bom.
Claro que deve haver bom senso de
ambos os lados. Cabe ao músico ter simancol também: não precisa pedir o prato
mais caro, nem a bebida mais cara, não levar a família inteira pra consumir na
sua comanda nem abusar no álcool.
Aliás, a questão do álcool será
nosso próximo assunto.
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