Equipamento pessoal - ligando mics e instrumentos na mesa

E segue o flow, minha gente! Agora vamos ver como ligar seus mics e instrumentos na mesa de som!
 

1- Microfones:  

Para ligar um microfone, você tem duas opções: um cabo cânon macho/ fêmea (que chamamos de "cabo balanceado) ou um cabo cânon fêmea/ P10.

Caso a sua mesa de som tenha entrada balanceada, o ideal é usar o cabo balanceado (entrada balanceada/ cabo balanceado, hein? hein? hein?).

Os cabos balanceados garantem menos distorção, mais volume e mais qualidade na transmissão, por isso, sempre serão a melhor opção - especialmente para voz.

Apenas recomendo o uso do canon/ P10 para microfones em 2 circunstâncias:

1- Quando a mesa não tiver um canal/ entrada balanceada, como, por exemplo, a famosa Ciclotron

2- Ou, se, realmente, foi o único cabo que sobrou (e se dê por satisfeito)

  

Então agora vem a parte fácil: primeiro conecte o plug fêmea na base do microfone. Você vai reparar que existe um botãozinho. Não, não é apenas um enfeite: é uma espécie de trava e você deve apertá-lo antes de fazer o encaixe.

Agora é só plugar a outra ponta na mesa - seja ela balanceada ou P10. Seja cuidadoso e alinhe direito os pinos, nada de ficar forçando a barra.

 
Gi, é impressão minha ou o plug "macho" tem "pauzinhos" e o "fêmea" tem "buraquinhos"...?

   
Sim, meu querido. É isso mesmo. Agora vamos para o próximo passo.





2- Instrumentos
 
Agora temos várias combinações possíveis... vamos a elas:

-cabo balanceado (de novo) - sim! E ele será novamente a melhor opção se seu instrumento tiver a saída balanceada e a mesa tiver o canal balanceado! Então ficamos:

  
-cabo cânon macho/ P10 - seu instrumento só tem saída P10, mas sobrou uma entrada balanceada na mesa? Oba! Esta é sua opção!

 

-cabo cânon fêmea/ P10 - seu instrumento tem saída balanceada? Plug cânon fêmea. Não tem entrada balanceada na mesa? Ahhhh :(  Vamos de P10 mesmo...

   


4- E, finalmente, o mais que digno P10/P10: uma ponta no instrumento, outra na mesa. Simples assim.

 



Repita o procedimento para todos os microfones e instrumentos. Cada um deve ser ligado em um CANAL diferente da mesa. Então, se você tem um duo acústico de duas vozes e um violão, por exemplo, você vai usar 3 canais. Ficou confuso? Então espere o próximo post, no qual falaremos de todas as funções de uma MESA DE SOM.

Equipamento pessoal - cabos

No post anterior, vimos que o investimento em equipamento pessoal é válido e, agora, vamos conversar um pouquinho sobre cada um dos itens

CABOS

Ué! Por que você escolheu este como primeiro item, Gi?

Excelente pergunta, meu jovem!

Antes de mais nada, vale a pena ressaltar que, tão importante quanto investir nos equipamentos é garantir o perfeito funcionamento dos CABOS que ligam tudo isso. De nada adianta você ter caixas, microfones e mesas top de linha se ficar recebendo o tempo todo a visita de incovenientes maus-contatos durante sua performance, dando aquela péssima impressão de que abelhas estão cantando com você.

Quantos e quais cabos devo ter?

A quantidade de cabos que você deve ter depende da quantidade de caixas e da forma como elas serão ligadas. Além dos cabos de microfone e instrumentos que serão ligados diretamente na mesa, você vai precisar de outros cabos para ligar a mesa no sistema de som (caixas ou potências, falaremos mais delas nos próximos posts, não se preocupe). Como prudência, dinheiro no bolso e canja de galinha não fazem mal a ninguém, sempre é bom ter um ou dois cabos de reserva.


Os tipos de cabo dependem do tipo de plug (ou seja, a pontinha que será conectada). Então, vamos apresentá-los para vocês:


- CÂNON MACHO - que será ligado nas entradas balanceadas

-CÂNON FÊMEA - que será espetado nas saídas de microfones e instrumentos:

- P10 OU BANANA: plug padrão de guitarras, baixos e modelos mais antigos de instrumentos eletro-acústicos (violão, bandolim, cavaquinho, banjo, etc). Pode ser ligado tanto no instrumento quanto na mesa.

- P2 OU "BANANINHA": o plug padrão para conectar às saídas de fone de celulares, computadores e aparelhos de som ( e muito provavelmente, é o plug do seu fone de ouvido). Particularmente, não conheço nenhum modelo de mesa com entrada P2, mas, logo abaixo, falaremos dos cabos mistos - ou seja, que têm um tipo de plug em cada ponta.

  

 

 - RCA ou "Y": aquele com a ponta dupla vermelha e branca.

- SPEAKER - para ligar caixas de som entre si e na potência

Muito bem, agora que você já sabe todos os nomes, vamos ao próximo passo: como ligar os microfones e instrumentos na mesa de som. Já já, depois dos comerciais! 

Mentira. É o próximo post que já vai sair, fresquinho! 

Equipamento pessoal - introdução

Saber usar o equipamento de som disponível para sua apresentação é tão importante quanto todo o seu estudo técnico. É fundamental que o som chegue ao público com uma boa qualidade. Nesta primeira parte, vamos a algumas dicas do que adquirir e de como usar bem um equipamento pessoal.

Gi, vale a pena mesmo comprar meu próprio equipamento?

 

Excelente pergunta, meu jovem!

Sim, vale a pena não apenas porque algumas casas não possuem equipamento: também há muitos eventos que você pode fazer em salões de festas e buffets - lugares em que, tradicionalmente, não há aparelhagem de som disponível. Se você tiver condições de fazer esse investimento, manda ver. 

Gi, que equipamento comprar para voz e violão?

 
Outra excelente pergunta, meu jovem!

O ideal é você ter, pelo menos, um par de caixas acústicas (os famosos P.A.s - da sigla em inglês "public amplifier"), uma mesa de som de 4 canais e, pelo menos, seu microfone pessoal, além do seu próprio instrumento, claro. Para fazer tudo isso funcionar, é fundamental ter um bom cabeamento.

Este é o equipamento que eu uso e funciona muito bem para o meu trabalho, há um certo tempo:

Mesa Behringer Xenyx 1202 FX 12 canais (4 balanceados e 8 bal/unbal)
P.A.s CSR - par ativa/ passiva 300 W
microfones Shure Beta 58A 

Nos próximos posts, vamos falar um pouquinho mais sobre cada item e como o bom uso deles vai ajudar na sua performance.
 

Respeito – consumação (parte 2)

Cada casa tem uma política com relação ao álcool na comanda do músico. Existem lugares que liberam um valor para que o músico consuma o que quiser. Por exemplo, se você tem direito a R$ 50,00 de consumação e quer pedir somente uma dose de uísque que custa os exatos cinquenta contos, sem problema. Há outras casas fazem restrições: algumas liberam apenas cerveja ou chope em quantidades pré-determinada (duas garrafas, três tulipas, etc.) e outras que não incluem nenhum tipo de bebida alcoólica na consumação. 

Só Deus sabe o que esse suquinho azul...

Conheço músicos que não tocam em lugares em que bebidas não estejam inclusas na consumação. Apesar de ser uma medida radical, uma vez que o músico está lá pra trabalhar e não como cliente, nenhum lugar é obrigado a incluir o goró na consumação.

Triste, mas é verdade...

Mas aí entra novamente a questão do bom senso e do famoso ditado “o combinado não sai caro nem barato”. Geralmente, as casas que têm essa postura mais radical já tiveram um histórico de prejuízo por conta de músicos que abusaram da “comanda free”, uma conduta totalmente amadora e lamentável. 

Portanto, amigo músico, nunca deixe de olhar o cardápio antes de fechar um valor de consumação para conferir se está sendo uma oferta razoável. E, claro, tenha uma conduta profissional, sem abusos. Tem muita gente picareta, mas, felizmente, ainda têm muitas casas que sabem te tratar muito bem. Quando há bom senso de um lado é muito mais fácil e natural conseguir o mesmo do outro.

PS: Desconfie de casas que cobram a água. E, se não vier em garrafa, confira se não estão te dando água da torneira. Já aconteceu comigo e não foi uma nem duas vezes...

Respeito – consumação (parte 1)

Por que dar uma consumação decente para o músico?

 

Excelente pergunta, meu jovem! 

Porque o tempo que despendemos para uma apresentação não é só o tempo de duração do show. Entre o traslado, montagem e desmontagem de equipamentos e passagem de som, podemos acrescentar, chutando o mais baixo possível, mais duas horas de trabalho. Ou seja, para um show de três entradas de uma hora (via de regra, o padrão da noite de São Paulo), há, no mínimo (mínimo MESMO), cinco horas de trabalho apenas para aquela apresentação. Uma consumação razoável não é pedir demais. 

 E o que é uma consumação razoável?

Outra excelente pergunta, meu jovem!

É um valor que esteja de acordo com os preços do cardápio. Ou seja, em algumas casas, R$ 50,00 para uma dupla é uma excelente consumação. Em outras, R$ 50,00 não dá pra um lanche e um refrigerante cada.

Já trabalhei em uma grande rede de hotéis de São Paulo e presenciei muitas vezes a comida do buffet self-service sendo jogada no lixo – mas o hotel não fornecia nenhuma refeição aos profissionais terceirizados (faxineiros, manobristas, músicos, etc.). Entre o traslado para o hotel (que incluía o trânsito da Marginal Pinheiros) até a desmontagem dos equipamentos eram 6 horas dedicadas àquela apresentação e o hotel oferecia apenas água e café.

Um prato ou um lanche bacana para o músico custam bem menos do que o valor estipulado no menu. Vale lembrar que, obviamente, o preço do cardápio é superior ao custo da refeição, pois inclui o lucro do estabelecimento. Há lugares em que uma consumação dos mesmos R$ 50,00 em itens do cardápio não custa nem vinte mangos para a casa. Além disso, tenham certeza de que o músico ajuda a divulgar uma boa comida e uma boa bebida: sempre recomendamos aos amigos o que comemos de bom.

Claro que deve haver bom senso de ambos os lados. Cabe ao músico ter simancol também: não precisa pedir o prato mais caro, nem a bebida mais cara, não levar a família inteira pra consumir na sua comanda nem abusar no álcool. 

Aliás, a questão do álcool será nosso próximo assunto.